Quando a moradora do município de Silvânia Vilma Paisano
Dutra, 34 anos, foi encaminhada para tratamento no Centro de Reabilitação e
Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), ela já tinha recebido o diagnóstico
de polineuropatia, uma doença que conduz à atrofia e, com seu agravamento, pode
levar o paciente à cadeira de rodas. Ao saber que a unidade contava com o
atendimento de uma geneticista, Vilma logo solicitou uma consulta. “Vinha de um
quadro muito sombrio, com manifestações da doença na minha família. Meus irmãos
e mãe diagnosticados com a mesma patologia. E com uma previsão médica de vir a
gerar um filho com os mesmos comprometimentos”, recorda.
Ao ter contato com a médica geneticista Fabíola Vicente,
Vilma pôde refazer a investigação de seu caso, amparada em exames mais
aprofundados. Ficou comprovado que o seu diagnóstico anterior não era exato. Ao
contrário do que achava, Vilma é
portadora de uma neuropatia hereditária sensível à compressão, uma debilidade menos
agressiva do que a detectada em seu primeiro diagnóstico e com possibilidade de
50% de transmissão para os herdeiros.
Esse resultado mais preciso deu uma nova esperança à
paciente que, após receber o aconselhamento genético, optou junto com o marido
por ter o primeiro filho, Davi Luís. “Foi muito importante ter tido essa
precisão no diagnóstico, pois nos ajudou a definir o futuro de nosso
relacionamento e a decisão de termos nosso filho”, alegra-se.
Diante do novo diagnóstico, sua mãe e irmãos também
buscaram novas respostas no Crer, tendo como auxílio principal a genética
médica. Já Vilma passou a fazer o tratamento condizente com a síndrome que
possui. Hoje, ela conta com auxílio de fisioterapia para fortalecer os
músculos, mas é impedida de realizar movimentos repetitivos ou que exijam força
e compressão muscular, sob risco de desenvolver uma atrofia nos membros
sobrecarregados.
Precisão nos diagnósticos clínicos
“Devido ao perfil variado de pacientes do Crer, buscamos
oferecer por meio da genética médica a investigação das causas que acometem
esses pacientes, principalmente os que apresentam comprometimento
neuromuscular, causando as distrofias e atrofias. As doenças genéticas, muitas
vezes transmitidas hereditariamente, apresentam um padrão estabelecido que já
conhecemos. Por meio de exames aprimorados, conseguimos concluir os
diagnósticos e proporcionar uma orientação mais precisa ao tratamento
sugerido”, explica Fabíola. Em outras palavras, a genética médica dispõe de
exames aprimorados que conseguem detectar a raiz das doenças no perfil genético
dos pacientes. Ela auxilia na precisão do diagnóstico, pois investiga a
natureza das manifestações das doenças.
O retorno do quadro ao paciente e seus familiares é tão
produtivo que a especialista passou a se dedicar por três vezes na semana ao
atendimento no Crer, atendendo uma média diária de 18 pessoas, entre primeiro
atendimento e retorno. Além de promover o fechamento do diagnóstico das doenças
pesquisadas, o atendimento sob a ótica desta especialidade resulta em um
aconselhamento genético. “É preciso informar ao paciente sobre o risco de
recorrência da doença, tanto para ele quanto para futuros herdeiros, e ainda
orientá-lo sobre possíveis evoluções do seu quadro clínico”, declara.
Com a inserção da genética médica no Crer, toda a equipe
clínica foi beneficiada com os resultados dos exames e diagnósticos fechados,
conforme analisa a fisioterapeuta Mariana Machado de Oliveira, que se dedica ao
atendimento de pacientes acometidos com doenças neuromusculares. “No nosso
setor, a maioria das doenças tem causas hereditárias, quando o diagnóstico
clínico não é suficiente para determinar os tipos e subtipos da patologia. A
genética médica nos ofereceu uma maior precisão nos diagnósticos, fundamental
para a segurança do paciente e familiares”, analisa Mariana. Diante disso, as
terapias aplicadas aos pacientes foram melhor adaptadas ao seu quadro,
oferecendo ganhos significativos.
Sobre o Crer
Há 11 anos, o Crer se dedica a reabilitar e readaptar
pacientes portadores de deficiências graves, tendo se tornado uma referência
nacional no atendimento humanizado e holístico de pacientes especiais. Com
cerca de 30 mil metros quadrados de área construída, a unidade conta com 136
leitos de internação, 20 leitos de UTI, oito salas cirúrgicas, ginásios de
terapias, centro de diagnóstico e oficina ortopédica, dentre outros espaços.
Diariamente são realizados 4,7 mil procedimentos por dia,
distribuídos nas clínicas de amputados, deficiência neuromuscular, hanseníase,
lesão medular, encefálicas, mielomeningocele, paralisia cerebral, traumatologia
e ortopedia. A unidade é amplamente requisitada por pacientes vindos de todo o
território nacional em busca dos procedimentos diferenciados oferecidos via
SUS, como a hidroterapia, equoterapia, ressonância com sedação e cirurgia de
joelho, que estão entre os mais requisitados.
Divulgação: Goiás Agora / Equipe de Assessoria do Deputado
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